Catarina é uma garota idiota.
Primeira vez que conversarmos ela me fez de otário, me fazendo procurar por uma coisa que não existia. Gostei dela aí... Foi mais esperta do que eu. Tinha um tipo de humor parecido com o meu, além claro, dela ser linda.
Ninguém que diria que por trás daqueles olhos azuis profundos, boca com biquinho, cabelo ruivo escuro, pele muito branca, onde qualquer floco de poeira é visível a olho nu, se esconde um soldado de satã.
Mas ela te cativa.
Ou pelo olhar, ou pela imbecilidade. Você gosta de Catarina.
Ela é uma garota sensível. Não parece, mas ela não se abre com qualquer um nem por qualquer coisa. Ela também não confia em você, por mais próximo que seja.
Ela tinha uma mania de dar apelidos para todos.
Seu nome é Catarina, apelidamos de Cath. Meu nome é Bruno, na época me chamavam de Betão. Por quê? Não vou falar, mas Catarina com toda sua idiotice me chamava de Beth. Um apelido exclusivo dela. Não sei o quão bom isso era, mas era bem idiota.
Uma vez mandei uma carta pra ela.
Uma carta!
Escrevi uma carta de 10 folhas, comprei os selos, fui ao correio e postei uma carta para Catarina. Tamanho foi o amor.
Ela prometeu me responder. Mas ela é tão preguiçosa e idiota que não tem a capacidade de conseguir me responder a altura. Mas eu ainda finjo que um dia vou subir no meu portão e lá terá uma carta selada com o remetendo dela.
Catarina foi uma grande amiga. Quase irmã. Minha confidente e parceira de besteiras.
Mas o tempo levou você de mim. Hoje somos quase estranhos um para o outro. Só te reconheço na rua pelo seu cabelo vermelho e olhos azuis. E pela sua idiotice.
Todo dia, ao meio de meia tonelada de palavrões e xingamentos, prometíamos um para o outro: Nunca mais fala comigo.
Finalmente cumprimos!
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